Mensagens

Quando os medos chegam

 Quando os medos chegam e os pensamentos negativos me devoram. Quando as inseguranças expandem e as crenças limitantes se agigantam.  Não sou suficiente. Ninguém gosta de mim. Não vai resultar. Não vou conseguir. Vou ser abandonada. A cada passo que dou para me colocar mais no mundo, segue-se um recuo. Durante muito tempo nem me apercebi que isto era um padrão. Só quando olhei para o meu trauma de nascimento é que compreendi que faço este movimento uma e outra vez como se não houvesse outra forma. A minha mãe entrou em trabalho de parto num ápice. Como boa carneira eu quis vir ao mundo cheia de pressa, sem pré-aviso e a gerar caos à minha volta. Já ao nascer eu vim para incomodar... como posso querer eu fugir desta minha missão?! Vim com pressa, mas assim que vi a luz ao fundo do túnel arrependi-me. Voltei para dentro, para o cantinho, para o confortável. Quis esconder-me e não vir pra vida. Vim à força, pressionada, engasgada na minha própria água e com defeito de fabrico. Comecei a v

Sobre permitir-me

Já devia ter aprendido a não fazer promessas. Quando se respira mudança como eu, aquilo que dizemos hoje, amanhã já mudou de figura. Sinto genuinamente que vivo anos em semanas. Vivo várias vidas num só dia tantas vezes. E quando a energia está rápida como nesta era de gémeos, isto vira um rodopio tamanho. Prometi no último post que vinha partilhar as lições da minha aventura, mas olhem, já não me faz sentido. É como se tivesse a partilhar algo que aprendi há três anos atrás. Está demasiado distante já. Há um mês atrás parti de mochila às costas de Lagos com o objetivo de caminhar durante 6 dias até chegar a Aljezur. Fui percorrer a pé as etapas que me faltavam do trilho dos pescadores da rota vicentina. Em 2021, tinha ido de Porto Covo a Aljezur e agora fiz o resto. Para quem já me conhece, sabe que fazer trilhos na natureza é uma das minhas grandes paixões. É incrível o quanto me nutre e me permite reconectar comigo mesma e ouvir a minha alma. É incrível que é sempre através do corpo

80% do trabalho não é trabalho

Sente. Respira. Pára. Vai devagar. Lembras-te? Estás há um ano a aprender a seguir devagar. Lembras-te como tudo muda quando te permites explorar o ritmo lento, subtil, feminino? O meu corpo lembra-se, reconhece, aceita e pede-me para me deixar ficar. Sentir primeiro. É sempre esse o primeiro passo. É sempre esse o passo que faz a total diferença. Vai para o corpo e sente. É aí nesse teu espaço seguro que habitam todas as respostas, é aí que se esconde a tua verdade. Cansada de estar escondida, faminta por se desnudar. Dá-lhe espaço. Abre-lhe o caminho para se revelar. Aceita. Aceita-te. Assume a tua inteireza e permanece nesse sentir onde és. Sem mais nada. Só tu e tu. Só tu e eu. Só este nós que somos tudo. Agora sim. Mais eu. Mais inteira. Cheguei a esta página em branco para falar de energia, a minha. Cheguei para falar do meu padrão do fazer fazer fazer. Vinha falar da sua toxicidade e quando dei por mim tinha sido apanhada na curva. Porque já estava a escrever exatamente a partir

Vamos falar sobre segurança?

Segurança. Se há 6 anos atrás me dissessem que esta palavra ia tornar-se tão importante na minha vida, eu não acreditaria. Esta palavra estava entre aquelas que me repeliam. Eu que sempre me identifiquei com a mudança, a evolução, os saltos para fora da zona de conforto. Como assim a segurança vai tornar-se o meu centro vital?! Hoje olho para trás e sorrio perante a minha ingenuidade e o quanto eu me desconhecia a mim mesma, o quanto estava enganada sobre aquela que é a minha essência, sobre a minha verdade. Não fazia mesmo ideia o que estava escondido debaixo da armadura que vesti na infância e que se tornou a minha pele. Eu achava que não precisava de segurança e, no entanto, andava de armadura sempre vestida. E afinal para que se usa uma armadura? Exato. Só quem precisa muito de se sentir segura, veste uma armadura e nunca a despe. Esta fui eu. A menina cheia de medos, que precisou aprender a defender-se sozinha para sobreviver e por isso vestiu uma armadura. Vestiu uma armadura, is